A Revolução Francesa

A liberdade guiando o povo.

 A França antes da revolução
     Em meados do século XVIII, assim como na Inglaterra, houve um grande aumento da população burguesa na França, que além de crescer popularmente cresceu também no aspecto econômico, todavia a situação em relação à política e questões sociais continuaram as mesmas, com amplo domínio do clero e do absolutismo monárquico. Mas com a difusão das ideias iluministas, o povo francês que era imensa maioria na sociedade francesa, formando o terceiro estado, estava insatisfeita com o poder do Antigo Regime e do absolutismo do rei , pois esse conjunto de normas herdadas do mundo feudal impedia o desenvolvimento exigido tanto pela burguesia como pelas camadas populares, já que no país ainda existiam diversos impostos feudais e a vigoração da servidão para a maioria da população, enquanto o clero-formador do Primeiro Estado- e a nobreza-compunhava-se o Segundo Estado-, sendo que apenas 2% da população franca  fazia parte do clero e/ou da nobreza, eram isentos de qualquer imposto ou servidão.

Luís XVI, rei francês absolutista, de Antoine Callet, 1788.

1789:O início da Revolução
    Quando um país não está mais prosperando, é necessário que haja mudanças, e isso aconteceu na França governada pelo Rei absolutista Bourbon Luís XVI. A economia francesa estava em colapso, guerras  externas francesas afetaram o desenvolvimento da nação, adversidades naturais assolavam o país e a insatisfação do povo em relação ao controle da pátria, fizeram com que a França enfrentasse uma grave crise econômica, política e social.
      Durante a crise o rei buscava formas de intervir na crise, mas de nada adiantava, até que em 1614 o Ministro das Finanças Necker convocou o parlamento para o dia 5 de maio de 1789. A convocação dos Estados gerais já era um sinal de enfraquecimento do poder real, porém com um sistema de votação inferior para o Terceiro Estado, não houve muito progresso na reunião, pois o povo queria modificar a forma de votação, enquanto o Primeiro e o Segundo Estado foram contra a modificação na forma de votar. Com o impasse da votação, Luís XVI determinou o cancelamento da convenção parlamentar.


A reunião do parlamento que não se reunia desde 1614, foi uma tentativa de diminuir a crise.

      Insatisfeitos com o fechamento da reunião do parlamento, membros do Terceiro Estado e alguns componentes do Primeiro e Segundo Estado reuniram-se novamente numa outra sala-chamava-se sala do jogo da péla- decidiram fazer um juramento para que não houvesse desistência por parte deles enquanto não fosse criada uma constituição para a França,
porém o rei estva tentando reunir tropas para que o objetivo dos deputados não fosse concretizados e também para diminuir a pressão das manifestações populares, sendo que Necker foi demitido  em 12 de julho, o que causou um enorme clima de tensão na cidade luz, até que dois dias depois da demissão do ministro das finanças, os populares em busca de fortalecimento bélico invadiram a  prisão da Bastilha, onde se concetrava uma grande quantidade de armas. Com tantos civis armados, se não houvesse uma organização seria tudo envão, então a Assembleia Nacional resolveu criar o exército da revolução, comandado pelo liberal Lafayette.

   
                      
                          A queda da Bastilha ocorrida em 14 de julho de 1789, é o maior símbolo da Revolução Francesa

A Assembleia Nacional (1789-1792)
    Com a queda da Bastilha Luís XVI já não reinava como um absoluto, gerando um poder revolucionário. Com a criação da constituição, houve o fim dos privilégios feudais, e logo depois foi criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabelecendo a igualdade e a libedade dos franceses.




    
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que garantiu direitos iguais aos franceses 
      Com as questões sociais meio que resolvidas, ainda falatava resolver a crise financeira e para isso houve a tomada de algumas medidas, entre elas, a confiscação dos bens da Igreja, através da Constituição Civil do Clero (1790). 
      Perante a crise política, a alta nobreza resolve emigrar para as cortes estrangeiras e, de lá, a  conspirar contra a Assembleia Nacional com o propósito de acabar com a revolução e voltar a dominar o país como antes. Com a emigração dos nobres para outras potências europeias, a Revolução na França passou a ser vista com outros olhos pelos governos absolutistas das outras nações, pois eles tinham medo de que houvesse revoltas populares igual as da França, o que acarretou com o apoio dos monarcas estrangeiros para com os emigrados franceses. Dentre os emigrados, estaria Luís XVI, se não fosse reconhecido, na cidade de Varennes em 21 de junho de 1791, pois o monarca francês estava disfarçado e pretendia emigra para Áustria em busca de alianças políticas, mas como seu plano deu errado foi detido e obrigado a voltar a capital francesa, além de complicar a sua imagem mais ainda com o povo que já estava querendo a proclamação da república e então o rei foi afastado do trono.

O retorno de Luís XVI a Paris após sua desastrada fuga.



      Em setembro de 1971, finalmente foi a primeira Constituição francesa foi finalizada, e de fato o poder absoluto do rei foi erradicado, pois houve a substituição da monarquia absoluta para a constitucional, sendo assim o rei teria que dividir o seu poder junto com o parlamento e o poder judiciário.
      Enquanto os emigrados estavam fora da França, em fevereiro de 1792, a Assembleia Nacional decretou a nacionalização dos bens dos mesmos. Nesse mesmo período foi criada a Declaração de Pillnitz, com o propósito de intervir na revolução franca, os países absolutistas criaram esse documento, porém a França se antecipa a todos os países e declara guerra (principalmente a Áustria), todavia o seu exército não estava preparado e foi derrotado por falta de organização e munição. Mesmo com as vitórias nas primeiras batalhas, a Áustria junta-se a ao exército prussiano do duque Brunswick, deixando a França em situação delicada. Com a pátria em perigo, houve a necessidade de se reunir o maior número de pessoas para defender a nação francesa contra os inimigos. Sob o domínio de Robespierre, Danton e Marat, depois da apropriação do Palácio da Tulheiras houve a instalação de uma Comuna Insurreicional. Em agosto de 1792 o rei foi deposto e preso junto com sua família, por ser acusado de traição, e por fim em 20 de setembro do mesmo ano, Em Valmy, as tropas revolucionárias obtiveram êxito sob o exército de Brunswick.
A Batalha de Valmy

A Convenção Nacional (1792-1795)
       Com a suspensão dos poderes de Luís XVI, a Constituição de 1791 não tinha mais valor, sendo assim houve a necessidade da criação de outra Constituição. Então, a Assembleia Nacional passou a se chamar Convenção Nacional e em setembro de 1792 foi proclamada a república francesa e o antigo rei foi levado a julgamento e condenado a morte junto com a sua esposa Maria Antonieta. Na Convenção, havia três grupos políticos:
  • Girondinos: formado por deputados da alta burguesia. Defendia a consolidação da monarquia constitucional e a moderação revolucionária.
  • Planície: formado também por deputados burgueses, mas não tinha ideias políticas definidas.
  • Jacobinos (montanheses): era formado por pequenos burgueses liderados pelos extremistas Danton, Robespierre e Marat.
        No início da fase convencionista os girondinos estavam no poder e foi exatamente nesse período que Luís XVI foi condenado a morte e executaram-no em 21 de janeiro de 1793. Depois da morte de Luís, os girondinos perderam o poder para os jacobinos, que ficarm no poder entre 1793 e 1794.


Execução de Luís XVI.




     A execução de Luís XVI gerou uma preocupação por parte dos outros reis da Europa que temiam ter o mesmo fim, e novamente a França foi invadida. Aliado a isso, a Convenção não era mais obedecida e em julho de 1793 Marat foi assassinado. Diante de todos os acontecimentos difíceis, os convencionistas viram-se obrigados a tomar várias medidas de emergência, sendo criada uma outra constituição, todavia, o que seria a terceira Constituição sequer foi promulgada, graças a grave crise política que a França passara. Os jacobinos realizaram grandes feitos enquanto estavam no poder, inclusive conduziu a França à vitórias contra inimigos invasores, mas devido a divergências internas houve um período que ficou conhecido como Fase do Terror, pois o partido se dividiu em membros a favor da moderação revolucionária e membros a favor das execuções, o que causou a morte de Danton, Robespierre e muitos outros participantes do partido, enfraquecendo de vez a Convenção.


Fase do Terror, na qual cerca de 35 mil pessoas foram mortas
O Diretório (1795-1799)
      Com o fim da Convenção, a alta burguesia voltou ao poder e criou um novo governo chamado de Diretório. Uma nova Constituição foi promulgada, tendo como novas medidas o restabelicimento o voto censitário e determiniva que o poder executivo fosse composto por cinco diretores. Nesse governo oposicionava-se o partidocesquerdista (jacobinos) e o direitista (realistas, que defendia a volta da monarquia, sendo liderado pelo irmão de Luís XVI). Além das ameaças internas ainda existia ataques de forças absolutistas externas na França, pondo em risco o governo do Diretório que ainda convivia com uma crise financeira, o que gerou a insatisfação popular. Em 9 de novembro de 1799 (18 brumário no calendário revolucionário) alguns membros do próprio Diretório articularam um golpe de Estado, levando, o que na época era o maior nome do poderio militar francês ao poder, Napoleão Bonaparte, pondo fim a Revolução Francesa e iniciando a fase da consolidação das conquistas burguesas.
Napoleão Bonaparte 


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